A arte de viver em conjunto requer algumas adaptações para otimização dos recursos disponíveis, promovendo…
A arte de viver em conjunto requer algumas adaptações para otimização dos recursos disponíveis, promovendo uma cidade inteligente. Tal desafio está colocado desde que os seres humanos fixaram residência em comunidades.
As cidades, como grandes organismos vivos, são constituídas de partes que, em relação constante, permitem o seu bom funcionamento. Para que tudo corra bem, elas devem agir em conformidade com a totalidade. O conceito de cidade inteligente aparece para responder aos anseios humanos por mais qualidade de vida.
A complexificação das sociedades humanas, aliada ao desenvolvimento tecnológico, tem conduzido às grandes aglomerações urbanas. Desse modo, alguns desafios precisam ser superados para que a convivência humana na urbe ocorra dentro de padrões almejados de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Com tal objetivo, este post pretende apresentar o conceito de cidade inteligente de modo a demonstrar que é uma alternativa viável à situação urbana atual.
Segundo Taewoo Nam e Theresa Pardo (2011), as cidades inteligentes são aquelas que têm por objetivo a melhoria na qualidade dos serviços aos cidadãos. O simples estabelecimento de um sistema integrado não é um fim em si mesmo, mas um mecanismo por meio do qual os serviços são fornecidos e informações são compartilhadas.
Uma cidade inteligente é aquela que utiliza o potencial da tecnologia e a inovação, juntamente a outros recursos para torná-los mais eficazes. Assim, permite o desenvolvimento sustentável com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de seus cidadãos.
A cidade inteligente vai além do poder público, uma vez que já é uma realidade tangível ao público mais amplo por meio da iniciativa privada. Está nas mãos de todos colaborar ativamente para que nossas cidades sejam sustentáveis e fortaleçam uma nova cultura de convivência para as novas gerações.
A internet das coisas (IoT), big data, aplicativos móveis e indústria 4.0 conseguem melhorar a eficiência das cidades, desde que saibamos utilizá-los de maneira inteligente. Neste sentido, uma cidade pode gerir a tecnologia para melhorar a vida das pessoas e obter benefícios como:
Veja algumas características para que municípios e empreendimentos possam se enquadrar no termo cidade inteligente.
O conceito de tecnologia não deve ser assumido em sua acepção de senso comum. Não apenas os últimos desenvolvimentos da robótica e da cibernética podem ser considerados novas tecnologias.
Uma nova tecnologia é, antes de tudo, um novo modo de pensar. É uma forma encontrada pelo ser humano para solucionar um problema existente ou mesmo para tornar o cotidiano mais fácil. Há tanta tecnologia na coleta seletiva de resíduos quanto no uso integrado e inteligente do tráfego com uso de bicicletas para locomoção humana.
Numa cidade inteligente, o bem-estar da comunidade local é levando em consideração na confecção do seu projeto. Dessa forma, pensar a longo prazo, de modo contextualizado, é uma prática social comum a tal cidade. Segundo o guia do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a cidade inteligente não deve ser vista como projeto para o futuro; ela já é possível no “aqui-e-agora”.
Os setores de aplicação de uma cidade inteligente são bastante amplos, como:
Sistemas que permitam a economia de energia, consumo eficiente de água, fomento à reciclagem, redução da emissão de gases prejudiciais à saúde e incentivo ao uso de veículos elétricos públicos e privados (eMobility).
É importante a cidade dispor de serviços médicos e de assistência por telefone. Além disso, deve haver uma gestão de dados dos prontuários dos pacientes. Serviços de emergência acionados automaticamente quando pessoas idosas ou com alguma deficiência ficam perdidas também são uma opção interessante.
Gestão eficiente do tráfego, otimização das vias de transporte público, infraestruturas sustentáveis, novos sistemas de iluminação pública com tecnologias de LED e adaptação de consumo — como ocorre em Búzios, RJ —, irrigação automática e inteligente de jardins ou áreas reflorestadas.
Dispor de um centro integrado de segurança e emergências no qual são coordenados serviços de polícia e saúde, de modo a reduzir o tempo de resposta a 8 minutos. Isso já acontece em cidades como Madrid.
Desenvolver aplicativos para facilitar as visitas turísticas, como guias de lazer e consumo (mercados, restaurantes, hotéis) adaptados aos interesses particulares de cada sujeito.
Além dos aspectos acima evidenciados, uma cidade inteligente possui quatro focos importantes:
Utiliza a tecnologia para reduzir custos e otimizar o consumo de recursos de modo que sua atual administração não comprometa o uso por parte das gerações futuras.
Possui canais de comunicação direto com os cidadãos, opera com dados abertos e permite o acompanhamento de suas finanças.
Oferece infraestrutura adequada para a geração de emprego de alta qualidade, inovação, competitividade e crescimento dos negócios.
Usa a tecnologia digital para melhorar a qualidade de vida das pessoas e dar acesso rápido aos serviços públicos mais eficientes.
O Departamento de Trânsito da cidade de Nova York recebe imagens geradas pelas câmeras instaladas nas vias mais importantes e nos principais cruzamentos dos cinco distritos. As imagens, geradas em tempo real, oferecem dados valiosos sobre o fluxo e o tráfego nas ruas da cidades.
Os pesquisadores encontraram uma forma de combinar esta informação com dados relativos às condições de tempo recebidos por estações meteorológicas, dados enviados pelos motoristas de táxi da cidade e também dados extraídos de aplicativos móveis, como o Waze.
Utilizando tecnologias como modelação de dados, ferramentas analíticas, sistemas de informação geográfica (GPS) e programas para simulação de modelos, os pesquisadores podem reduzir o congestionamento do trânsito. Isso permite mudar o tempo de abertura e fechamento dos semáforos, melhorar a sinalização e criar sistemas de alerta de trânsito utilizando aplicativos móveis, entre outros recursos.
Ao aplicar essas sugestões, a cidade pode reduzir o congestionamento e melhorar o serviço de transporte urbano, mas os benefícios podem ser ainda maiores, como:
No Brasil, um modelo de cidade inteligente foi desenvolvido na cidade de Lajeado, RS. O Urban Center foi implantado no bairro Conventos, que representa 10% da população da cidade. A solução urbana encontrada foi implantar o empreendimento a fim de proporcionar uma maior qualidade de vida para as pessoas, um lugar onde comércio, economia, moradia e lazer funcionam em um mesmo espaço.
Por fim, uma cidade inteligente favorece o desenvolvimento integrado e sustentável, tornando-se mais inovadora, competitiva, atrativa e resiliente. Cuida de seus desafios sob um enfoque multissetorial, analisa variáveis distintas para um mesmo problema e recorre às novas tecnologias para implantar e dar escala às ideias.
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