Erramos quando pensamos que é fácil desenvolver uma cidade sustentável, numa época em que o…
Erramos quando pensamos que é fácil desenvolver uma cidade sustentável, numa época em que o foco está todo voltado para o tema, mas a sociedade está pouco envolvida e informada sobre o assunto, gostando de discutir sobre sustentabilidade de forma ampla, esquecendo do seu papel como pessoa e cidadão neste processo.
As pessoas estão mais agressivas neste século XXI, repassando para a cidade todo seu consumismo e individualismo. Com este ato, acabamos criando crises ambientais gravíssimas, pois ainda não estamos preparados e nem vivendo num país de primeiro mundo que já conseguem colocar em prática o tripé da sustentabilidade, onde as pessoas, o cultural e o econômico se desenvolvem em harmonia.
Foto: Tim Gouw
Confundimos muito cidade sustentável, com o conceito de desenvolvimento sustentável. Desenvolver uma cidade de forma equilibrada é pensar a curto, médio e longo prazo na qualidade de vida que estamos dispostos a encarar. Mas qual seria a qualidade de vida que procuramos, se estamos cada vez mais desenvolvendo cidades individualistas, dando vez a urbanização sem limites, numa guerra com as questões ambientais, as tratando como se fossem um entreve imposto ao desenvolvimento.
Está mais do que na hora de pensarmos em realmente desenvolvermos o conceito trazido no artigo 225 da Constituição Federal, que nos garante e ao mesmo tempo nos questiona e nos faz refletir de que forma garantiremos a ESTAS e as FUTURAS gerações um meio ambiente equilibrado? Na verdade, todo nosso esforço está voltado tão somente as cidades urbanizadas, que nos trazem o caos no trânsito, a falta de segurança, poucas áreas verdes para o convívio comum enquanto pessoas e, que muitas vezes nos sufocam pela poluição e por não deixar ressoar a voz de que precisamos mudar.
Hoje, dentro do desenvolvimento das comunidades temos a garantia no Estatuto das Cidades que a política de urbanização tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais do centro urbano e da propriedade urbana, mediante garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer.
Foto: Emmad Mazhari
Mas, se a lei garante, porque é tão difícil colocar em prática? Porque, vivemos numa cultura em que tudo é bonito no papel e quando tentamos executar as mudanças e estas nos afetam diretamente, passamos a nos colocar na defensiva e a encarrar como problema. Um exemplo disso é o saneamento básico, pois é do conhecimento de todos que quando falamos em água, estamos dizendo que sem ela não existe vida. Hoje, de toda água limpa que entra em nossas casas, cerca de 80% sai contaminada e todos queremos tratar o esgoto, afinal a água é um bem escasso, mas porque somos tão resistentes a fazer parte deste sistema, ligando nossas casas a rede coletora?…..Porque para isso, haverá pagamento de taxa e, fazendo com que a maioria da pessoas pense que então é melhor para o outro, bem distante de nós….nos tornando isentos, mesmo que de forma inconsistente de um problema que está a assombrar o ambiente que habitamos.
Então, de que forma pensar em cidades sustentáveis, planejadas se a sociedade não está pronta para inserir-se no processo, qualidade de vida vai muito além do carro do ano, do celular mais moderno de termos em nossa casa uma cisterna ou aquecimento solar.
Cidades sustentáveis somente irão acontecer, quando estivermos preparados para aceitar que nós dependemos do meio ambiente para sobreviver e desenvolver nossas famílias, criar nossos filhos, e que podemos sim viver em harmonia, basta haver equilíbrio e consciência de que somos capazes de evoluir sem comprometer o espaço que habitamos.
Simone Beatris Schneider é Mestre em Ambiente e Desenvolvimento e presta Assessoria Ambiental para a Richter Gruppe, garantido que nossos empreendimentos apresentem soluções ambientais, colaborando com o desenvolvimento urbano sustentável.
Capa Foto: Florian Lehmann
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